Crítica de Erasmo de Roterdã ao clero Da Baixa Idade Média
"Rivais dignos dos príncipes, os soberanos pontífices, os cardeais e os bispos... Hoje... os bispos apenas - se preocupam em apascentar-se a si próprios, deixam o cuidado do rebanho a Cristo... esquecem que a palavra bispo significa trabalho, vigilância, solicitude. Servem-se apenas de tais qualidades quando pretendem recolher dinheiro... Se os Sumos Pontífices, que estão no lugar de Cristo, se esforçassem por imita-lo na pobreza, nos trabalhos, na sabedoria, no sofrimento e no desprezo pelas coisas terrenas... não seriam eles os mais infelizes de todos os homens? Quantas comodidades não perderiam, se um dia a sabedoria os penetrasse... Vede quantas riquezas, honras, troféus, ofícios, dispensas e impostos, indulgências, cavalos, mulas, guardas e prazeres... Ora, tudo deveria ser substituído pelos jejuns, vigílias, lágrimas, orações sermões estudos e penitências e mil outros incômodos enfadonhos" (Erasmo de Roterdã – O Elogio da Loucura).
A Justificação Pela Fé:
Assim vemos que a fé basta a um cristão. Ele não precisa de nenhuma obra, ele está certamente desobrigado de todos os mandamentos e de todas as leis; se está desobrigado deles certamente é livre. Esta é a liberdade cristã, é unicamente a fé que cria, o que não quer dizer que possamos ficar ociosos ou fazer mal, mas que não precisamos de nenhuma obra para justificar e alcançar a felicidade.
(Martinho Lutero)
A Predestinação:
Nós chamamos predestinação à decisão eterna de Deus pela qual determinou o que queria fazer com cada indivíduo. Pois ele os cria todos em condições semelhantes, mas ordena uns à vida eterna e outros à danação. Assim, conforme o fim para o qual o indivíduo foi criado, dizemos que ele está predestinado para a morte ou para a vida... Os que ele chama à salvação, dizemos que ele os recebe de sua misericórdia gratuita, sem ter relação alguma com a própria dignidade.
(Calvino)
A Inquisição:
"fizeram com que eu me deitasse sobre um cadafalso, de costas, onde, depois de terem me alongado com todas as suas forças, eles me prenderam por meio de uma guilhotina, que colocaram no meu pescoço, e de um anel de ferro em cada pé. Uma dessas extensões me causou dores terríveis, mas isso era apenas o princípio dos tormentos horrorosos que eles haviam resolvido me fazer sofrer. Eles me amarraram com esse objetivo usando oito cordas pequenas, duas em cada coxa. Essas cordas passavam por furos que existiam no cadafalso e, ao menor sinal que os bárbaros inquisidores deram, elas foram todas puxadas e apertadas ao mesmo tempo por quatro carrascos que estavam por baixo e que para isso usavam torniquetes. Para poder avaliar os sofrimentos que suportei nesse momento fatal, basta saber que as cordas, que eram feitas de um fio muito fino e cuja grossura era igual à do dedo mínimo, entravam nas carnes até os ossos e faziam jorrar sangue por oito lugares diferentes, por onde elas cortavam meus membros..."
(Unicamp) No século XIII, um teólogo assim condenava a prática da usura:
“O usurário quer adquirir um lucro sem nenhum trabalho e até dormindo, o que vai contra a palavra de Deus que diz: ‘Comerás teu pão com o suor do teu rosto.’ Assim o usurário não vende a seu devedor nada que lhe pertença, mas apenas o tempo, que pertence a Deus. Disso não deve tirar nenhum proveito.” (Adaptado de J. Le Goff, A Bolsa e a Vida, Brasiliense, 1989)
a) O que é usura?
b) Por que a Igreja medieval condenava a usura?
c) Relacione a prática da usura com o desenvolvimento do capitalismo no final da Idade Média.
Nenhum comentário:
Postar um comentário