A Educação Grega
"'Quando se enviam as crianças à escola, recomenda-se aos mestres que se esforcem por ensiná-las bem a ler e a tocar bem os instrumentos de música, assim como o que diz respeito aos bons costumes...Quando sabem ler... faz-se que leiam os melhores poetas, obrigando-os a que aprendam de cor as suas poesias. Nelas encontram excelentes preceitos e elogios dos grandes homens da Antigüidade, para que...os imitem... Quando já aprenderam bem música.. põem-lhes nas mãos poesias líricas, que cantam acompanhadas pela lira, com o fim de que aqueles números e aquela harmonia se insinuem na sua alma ainda tenra, adquirindo assim ternura, finura no trato, para que sejam mais corteses, mais delicados e, por assim dizer, mais harmoniosos e afinados...pois a vida do homem necessita sempre número e harmonia. Enviam-nos também aos professores de ginástica com objetivo de que possuam um corpo são e robusto... Os que mandam os filhos aos professores, para que os instruam, são naturalmente... os mais ricos, de maneira que os filhos dos mais ricos são os que começam os seus exercícios com idade mais baixa e os que os praticam durante mais tempo... até serem homens feitos."
PLATÃO. Protágoras (Fragmento). ln: FREITAS, Gustavo de. 900 textos. e documentos de História. Lisboa, Plátano, 1977.p. 74.
Educação Espartana
"Das letras aprendiam apenas o indispensável; toda a educação restante dizia respeito a bem obedecer a ordens, resistir a fadigas e vencer
A Democracia
"A constituição que nos rege nada tem a invejar aos outros povos; serve a eles de modelo e não os imita. Recebe o nome de democracia, porque o seu intuito é o interesse do maior número e não de uma minoria. Nos negócios privados, todos são iguais perante a lei; mas a consideração não se outorga senão àqueles que se distinguem por algum talento. É o mérito pessoal, muito mais do que as distinções sociais, que franqueia o caminho das honras. Nenhum cidadão capaz de servir à pátria é impedido de fazê-la por indigência ou por obscuridade de sua condição. Livres em nossa vida pública, não pesquisamos com curiosidade suspeita a conduta particular dos nossos cidadãos... Somos cheios de submissão às autoridades constituídas, assim como as íeis, principalmente as que têm por objeto a proteção dos fracos e as que, por não serem escritas, não deixam de atrair àqueles que as transgridem a censura geral... Ouso dizê-lo, Atenas é a escola da Grécia." (Tucídides – História).
A escravidão, segundo Aristóteles
"Alguns pretendem que o poder do senhor é contra a natureza, que se um é escravo, e o outro livre, é porque a lei o quer, que pela natureza não há nenhuma diferença entre eles e que a servidão é obra não da justiça, mas da violência. A família, para ser completa, deve compor-se de escravos e de indivíduos livres. Com efeito, a propriedade é uma parte integrante da família, pois sem os objetos de necessidade é impossível viver e viver bem. Não se saberia pois conceber lar sem certos instrumentos. Ora, entre os instrumentos, uns são inanimados, outros vivos... O escravo é um instrumento vivo. Se cada instrumento pudesse, por uma ordem dada ou pressentida, executar por si mesmo o seu trabalho, como as estátuas de Dédalo ou os tripés de Hefaístos, que, segundo Homero, dirigiam-se em marcha automática, às reuniões dos deuses, se as navetas tecessem sozinhas... então os chefes de família dispensariam os escravos.. O escravo é uma propriedade que vive, um instrumento que é homem. Há homens assim feitos por natureza? Existem homens inferiores, tanto quanto a alma é superior ao corpo, e o homem ao bruto; o emprego das forças corporais é o melhor partido a esperar do seu ser: são os escravos por natureza... útil ao próprio escravo, a escravidão é justa."
ARISTÓTELES. Política (Fragmento). ln: FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de História. Lisboa, Plátano, 1977. p.70
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