sexta-feira, 23 de março de 2007

Diego Velazquez


(Christ in the House of Mary and Marthe)

Diego Rodríguez de Silva y Velázquez (Sevilha, Junho de 1599Madrid, 6 de Agosto de 1660) foi pintor espanhol e principal artista da corte do Rei Filipe IV de Espanha.
Filho de um advogado de nobre ascendência portuguesa, foi um artista tecnicamente formidável, e na opnião de muitos críticos de arte, insuperável pintor de retratos. Um dos primeiros trabalhos, Adoração dos Reis Magos (1619), revela a influência de Caravaggio na utilização da luz e da sombra como forma de dar volume às figuras mas possuía já uma atmosfera muito pessoal. Pintou um retrato de Filipe IV que lhe valeu ser contratado em 1623 para o serviço do rei.
Aperfeiçoou-se executando inúmeros retratos da corte e quadros históricos. As visitas de Rubens despertaram nele o desejo de conhecer a Itália e conseguiu ser enviado em missão oficial a todas as províncias italianas, comprando obras de arte para a coroa espanhola e tomando conhecimento do trabalho dos melhores artistas. Encontrou-se com Ribera em Nápoles e estudou particularmente os frescos de Michelangelo Buonarroti e de Rafael e a cor e a luz em Tintoretto e Paolo Veronese. Ao voltar de viagem, executou trabalhos religiosos e profanos, assim como retratos equestres do rei e do infante.
Sucederam-se as obras-primas A Rendição de Breda (1634), Vénus olhando-se ao Espelho, Cavalo Branco, os retratos de bobos da corte e as efígies de Esopo e de Menippe. Executou em Roma o retrato do Papa Inocêncio X que irá, séculos mais tarde, tornar-se uma obsessão na obra de Francis Bacon.
A sua fama veio logo após sua morte, começando no início do século XIX, quando se provou um modelo para os artistas realistas e impressionistas, em especial para Edouard Manet. Sua influência estendeu-se para artistas como Pablo Picasso e Salvador Dali.
Até o interesse por Velázquez no século XIX, suas pinturas situadas nos palácios e o museu de Madrid foram pouco conhecidas pelo mundo exterior; elas escaparam do roubo pelos soldados franceses durante a Guerra Peninsular. Em 1828, o Sir David Wilkie escreveu de Madrid que ele próprio sentiu a presença de um novo poder na arte quando observou os trabalhos de Velázquez, e ao mesmo tempo encontrou uma maravilhosa afinidade entre este mestre e a Escola Inglesa de pintores de retratos,lembrando-se especialmente do toque firme e quadrado de Henry Raeburn.
(Wikipedia)

terça-feira, 20 de março de 2007

Democracia

Palavra de quem entende:
A questão principal que se coloca para qualquer tipo de organização humana, desde que o mundo é mundo, é a do poder. E o principal problema é o de identificar quem o detém, de verificar por que meios o conseguiu, o uso que dele faz, os métodos que utiliza e quais são suas ambições.
[José Saramago. O que é, afinal, a democracia?]

Em poucas palavras o maior escritor vivo de nossa prezada língua define o que motiva a humanidade: poder.

Neste texto, Saramago, levanta questões e reflexões da democracia como forma de governo no mundo atual, levando sempre em conta o modelo grego, que conferia participação direta de todos os cidadãos (homens-livres) nos assuntos da Polis.

Questionamentos sugeridos por ele ao nosso sistema atual:
a) a democracia deve sempre ser colocada sob questionamento. Ele considera que ela atualmente parece se revestir de sacralidade.
b) a questão da soberania. Hoje só exercitada no momento do voto, após o qual a democracia se reveste PARA o povo e não COM o povo.
c) as instituições democráticas como limitadoras da soberania: partidos, poderes etc. Tende a sugerir, além destes, novos mecanismos de participação (plebiscitos, talvez?)
d) o mercado como objetivo final da democracia, o que sugere uma democracia dos ricos sobre os não ricos, o que, evidentemente, não é democracia, mas oligarquia.

Leia o texto na íntegra:
http://diplo.uol.com.br/2004-08,a961

sábado, 17 de março de 2007

Bolsas... de novo

A China tem crescido nos últimos anos 10% ao ano. Este país “comunista” , contraditoriamente, tem dado um exemplo de como gerir uma economia rumo ao desenvolvimento capitalista. Neste nosso país em que décadas se acumulam como “perdidas”, a China chega a nos impressionar de modo que não raro se apresenta como um modelo a ser seguido. Apesar disso tudo, nas últimas semanas os jornais tem estampado em suas capas: China e EUA seriam os responsáveis por uma crise recente nos mercados de valores, fato que tem gerado instabilidade no mundo todo e, claro, particularmente, no Brasil. As perdas em nossas bolsas no último mês tem sido expressivas. Mas, o que aconteceu? Como podem duas economias tão sólidas (EUA e China) desencadear crises?
Ler os jornais que todos os dias chegam as bancas não nos ajuda muito. Lá tudo aparece em fragmentos onde o que vale mesmo são as manchetes e as propagandas que são mais importantes que a própria informação.
Para compreender minimamente o que está acontecendo precisamos não esquecer que a História é processual. Assim é preciso voltar um pouco no tempo. Lá nos anos FHC. Tá lembrado? Afinal os fundamentos da economia mundial não se alteraram de lá para cá.
Quais problemas a economia mundial enfrentava na virada do milênio? Podemos sugerir alguns:
A) a Internet vendida como uma nova fronteira de consumo e de grandes negócios. De fato isso é verdade, mas, não é a salvação da humanidade. A internet só chega a um terço da população mundial, apesar disso, ela tem sido motivo de especulações avassaladoras. Um verdadeiro paraíso para jovens capitalistas destemidos que, da noite para dia acumulam milhões e milhões de U$. Youtube. Mas a Internet tem alimentado aceleradamente a especulação financeira. Hoje, é possível dizer que bilhões de U$ simplesmente não existem na dura realidade. Entretanto, esse dinheiro circula de um lugar ao outro do planeta em aplicações que geram riquezas gigantescas ao centro do capitalismo. As sacudidelas nas bolsas, muitas vezes são apenas acertos de contas entre o cyberspaço e o mundo real.
B) a dívida pública americana. Dizem que ela ultrapassa U$ 1 trilhão. Até quando as economias periféricas do império terão condições de financiar este déficit? Isso tem custado caríssimo. Manter superávit primário no Brasil, por exemplo, tem significado derrama tributária da renda da classe média. O sucateamento do sistema educacional, da segurança pública.
C) na ponta do capitalismo também há dificuldades: o desemprego estrutural, resultado direto da 3ª Revolução Industrial faz elevar os déficits principalmente dos Estados europeus que no pós 2ª Guerra se edificaram o welfare-state (Estado de bem-estar social). Como continuar a financiá-lo?
O capitalismo não é uma sessão budista e não pode ser entendido como uma compreensão a-histórica (Robert Kurz, Imperialismo de Crise). Portanto, quaisquer tentativas de compreensão da crise atual passa pelas circunstancias indicadas acima.
(Valdir)

Solano Lopez - Guerra do Paraguai

Trechos retirados ao jornal ABC-Color de 1 de março de 2007- em matéria de Rafael Mariotti.

01. Solano López foi morto pelas tropas brasileiras em Cerro Corá as margens do rio Aquidaban no dia 1 de março de 1870.

02. Essa data é não apenas lembrada no Paraguai, como estudos e pesquisas vêm à luz. Esse ano -na semana passada- entre eles surgiram duas informações importantes.

03. Solano López foi fuzilado por ordem do General Câmara porque não aceitou se entregar, apesar de já estar caído e dominado. O general Câmara teria dito a López: - Marechal! Sou o general brasileiro que comanda essas forças. Renda-se que garanto a sua vida. López teria respondido: - Morro com a minha pátria e com a minha espada na mão. Câmara reagiu. Segundo os brasileiros dizendo: -Desarmem este homem. Segundo os paraguaios: -Matem esse homem.

04. A história registra que quem deu os disparos finais foi o soldado José Lacerda conhecido como Chico Diabo. Agora as pesquisas apresentadas contestam esta versão e garantem que quem deu os tiros finais foi o soldado riograndense João Soares usando um fuzil Spencer.

05. Até a guerra de secessão nos EUA e a Guerra do Paraguai, os fuzis usados eram ainda os das guerras napoleônicas. Davam 2 disparos por minuto. Christopher Miner SPENCER -em 1860- procurou o presidente Lincoln e apresentou seu fuzil de repetição com 20 tiros por minuto. Lincoln atirou e o aprovou imediatamente, mandando produzi-lo em escala. Com isso a guerra de secessão, desequilibrou a favor dos unionistas contra os confederados.

06. Caxias -atento à guerra de secessão- soube do fuzil Spencer e determinou sua compra imediata. Em 1867 o exército brasileiro usava o fuzil Spencer. No combate de San Solano em 6 de setembro de 1868, um grupo de cavalaria brasileiro -de apenas 57 soldados- resistiu e fez um enorme estrago na cavalaria paraguaia de 500 homens, garantindo o tempo para chegar reforços. A diferença foram os fuzis Spencer do lado brasileiro.

07. Mesmo antes, no combate de Isla Tayi em 3 de outubro de 1867 e no de Tatayibá de 21 deste mês os fuzis e carabinas Spencer já haviam feito amplos estragos na cavalaria paraguaia.

08. Os paraguaios guardam um exemplar desta arma no Museu Monsenhor Juan Sinforiano Bogarin.


(Publicado originalmente no Ex-Blog do César Maia)