sexta-feira, 6 de abril de 2007

Sandro Botticelli - Primavera

Alessandro di Mariano Filipepi, mais conhecido como Sandro Botticelli (Florença, 1º de março de 144517 de maio de 1510), foi um pintor italiano da Escola Florentina.

Sua vida foi narrada na obra Vite (traduzida como "As Vidas dos Artistas"), de Giorgio Vasari.
Nascido em Florença, na popular rione de Ognissanti, aprendeu inicialmente ourivesaria e depois foi aprendiz de Andrea del Verrocchio, entre 1467 e 1470, na mesma época em que com ele estudava Leonardo da Vinci. Em 1470, abriu seu próprio estúdio independente. Nesse ano, foi encarregado de pintar o quadro "A Coragem", que seria pendurado no Tribunal do Palácio do Mercado.
Dedicou boa parte da carreira às grandes famílias florentinas, especialmente os Médici, para os quais pintou retratos. Entre tais obras, destacam-se: "Retrato de Giuliano de Medici" (14751476, Galeria Nacional de Arte, Washington, D.C.); "A adoração dos Magos" (I; II; III 14761477, Galeria Uffizi, Florença). O último rendeu-lhe a admiração e atenção da família Médici, que o colocou sob sua proteção e patronato.
Em 1472 ingressou na Companhia de São Lucas, uma fraternidade dedicada à caridade gerida por artistas. No ano seguinte, Botticelli foi chamado a Pisa, para pintar um fresco na catedral da cidade (essa obra foi perdida pelo desgaste do tempo).
Em 1481 esteve em Roma, para participar dos trabalhos na Capela Sistina, onde pintou os frescos "As Provações de Moisés"; "O Castigo dos Rebeldes" e; "A Tentação de Cristo".
Em 1505, fez parte do Comitê Florentino, organizado para decidir onde seria colocado o Davi de Michelangelo.
A sua arte foi influenciada por artistas importantes, como Fra Filippo Lippi e Antonio Pollaiuolo. Seus contatos com a família dos Médici foram sem dúvidas úteis para que obtivesse proteção e condições para que produzisse várias de suas obras-primas.
Participou dos círculos intelectual e artístico da corte de Lourenço de Médici, recebendo a influência do neoplatonismo cristão lá presente, o qual pretendeu conciliar com as idéias clássicas. Tal síntese expressa-se em "Primavera" (1477) e "O Nascimento de Vênus" (1483), ambas realizadas sob encomenda para enfeitar uma residência dos Médici e que hoje estão expostas na Galeria Uffizi, em Florença, na Itália. Até hoje não há consenso na interpretação dessas pinturas, embora creia-se que "Vênus" pode ser vista como símbolo do amor tanto cristão como pagão.
Nesta linha pagã, destacam-se também a série de quatro quadros Nastagio Degli Onesti (Museu do Prado, Madri: I; II; IV), produzidos em 1483, nos quais o artista recria uma das histórias do Decameron, de Boccaccio. Também pintou diversos quadros de temática religiosa, como "A Virgem Escrevendo O Magnificat]]" (1485); "A Virgem de Granada" (1487) e; "A Coroação da Virgem" (1490), todas expostas na Galeria Uffizi, e "Virgem com o Menino e Dois Santos" (1485), exposta no Staatliche Museen, em Berlim.
Na temática religiosa destacam-se também: "São Sebastião" (14731474, Staatliche Museen) e um afresco sobre Santo Agostinho (1480, Ognissanti, Florença).
Na década de 1490, quando os Médici foram expulsos de Florença, Botticelli passou por uma crise religiosa e tornou-se discípulo do monge beneditino Girolamo Savonarola, que pregava a austeridade e a reforma, mas Botticelli jamais deixou Florença. Nessa nova fase destacam-se: "Pietà" (princípios da década de 1490, Museu Poldi Pezzoli, Milão); "A Natividade Mística" (década de 1490, National Gallery, Londres) e; "A Crucificação Mística" (c. 1496, Fogg Art Museum, Cambridge, Massachusetts, Estados Unidos). Todos expressam intensa devoção religiosa e representam certo retrocesso no desenvolvimento de seu estilo.

Joana D'Arc - FSP 05/04/2007

Nem os santos mais respeitados fogem à regra. Fraudes correm soltas por todos os lugares do planeta. Santa Joana D'Arc, figura central na vitória francesa na Guerra dos Cem Anos (1337 - 1453) e símbolo do nacionalismo doentio que nos dias atuais ainda se faz presente na Europa, pode ter se tornado uma santa com provas falsas.

Osso atribuído a Joana D'Arc veio de múmia, diz estudo

Relíquia foi falsificada no século 19 durante tentativa de "turbinar" o processo de canonização da heroína francesa
Costela que seria da santa guerreira é de período entre os séculos 7º e 3º antes de Cristo; cheiro do material ajudou a derrubar a farsa
DA ASSOCIATED PRESS
Os restos mortais atribuídos à heroína francesa Santa Joana D'Arc, que morreu no século 15, não são dela. Para um time internacional de pesquisa, que usou técnicas científicas modernas de análise, o material pertence a uma múmia egípcia.

A costela, junto com um pedaço de roupa e um fêmur de um gato (esses animais eram queimados juntamente com mulheres acusadas de bruxaria, como foi a santa), fora supostamente coletada depois de Joana D'Arc ser queimada viva na fogueira, em 1431, na cidade francesa de Rouen, na Normandia. Ela tinha 19 anos.
Os cientistas que estudaram o tema em 1909 -ano em que a francesa foi beatificada-, afirmaram na época que era "altamente provável" que aqueles restos mortais pertencessem a Joana D'Arc, que hoje é a padroeira da França.

Agora, cientistas forenses franceses, com a ajuda de especialistas da indústria do perfume, propõem uma teoria alternativa, afirma reportagem na revista "Nature".

O mais provável, dizem, é que o material tenha sido forjado no século 19, talvez para fomentar o processo de canonização. Joana D'Arc virou santa em 1920. Em vida, ela ficou famosa por liderar tropas francesas na Guerra dos Cem Anos contra a Inglaterra.

Na época medieval e depois, restos de múmias egípcias eram usados na medicina, disse Philippe Charlier, líder do grupo de pesquisa.

A tese do cientista é que um boticário do início do século 19 tenha estado está por trás da falsificação. "Ele teria transformado os restos mortais da múmia em uma relíquia histórica", disse. A costela, por exemplo, não havia sido queimada.

O boticário, segundo as informações disponíveis, teria recebido o material hipoteticamente recolhido quatro séculos antes da fogueira. Ele guardou tudo até 1867, quando a relíquia foi transferida para a Igreja.

O motivo da falsificação ainda é um mistério. "Provavelmente isso não foi feito por dinheiro", disse Charlier. "Talvez por motivos religiosos. Quem sabe para dar mais força ao processo de beatificação."

A costela é de algum período entre os séculos 3º e 7º antes de Cristo, mostram os testes. O osso do gato, da mesma época, também foi mumificado (o animal era sagrado no Egito).
"Também foram encontrados nas amostras pólens de pinheiros, provavelmente da resina usada no processo egípcio de embalsamamento".

Para o trabalho de análise das supostas relíquias de Joana D'Arc, os pesquisadores contaram com a importante ajuda dos perfumistas. "No passado, alguns deles já haviam dito que sentiam um cheiro de matéria orgânica, o que é típico de um processo de decomposição e não de algo que havia sido cremado."

Informações sobre a Guerra dos Cem Anos: aqui