República Velha
República da espada (1889-1894)
Significado da implantação da república: ela surgiu muito mais devido às dificuldades do império que da existência de uma consciência coletiva. Abriram-se novas oportunidades para
o exército e para os cafeicultores.
Governo provisório de Deodoro (1889-1891): promulgação da constituição de 1891 com as seguintes características:
liberal (o estado de sítio era um instrumento repressivo para ser usado em casos de emergência)
manutenção do sistema de propriedade vigente
ausência de legislação social (a constituição se atém aos aspectos políticos da organização do país)
voto “universal” masculino e aberto (instrumento fundamental para as elites agrárias assegurarem a sua dominação)
secular (separação igreja e estado)
federalista (o que assegurava às oligarquias o controle da política regional já que os estados eram autônomos)
Governo constitucional de Deodoro (1891): eleito pelos constituintes (indiretamente), seu governo representou a necessidade da presença militar para consolidar o novo regime. Influenciado pelo ideal positivista e pelas classes médias urbanas buscou, sem sucesso, uma política de modernização do país. Sucessivos confrontos com as elites políticas de SP e com a marinha fizeram-no renunciar.
Encilhamento (ministro Ruy Barbosa): tentativa de estimular a criação de empresas industriais e comerciais através de uma política emissionista e de empréstimos externos. Acabou gerando um movimento especulativo e a criação de diversas “indústrias fantasmas” devido a ausência de mecanismos de controle.
Governo de Floriano Peixoto (1891-94): contando com apoio fanático de setores progressistas urbanos e militares, ele conseguiu reprimir as revoltas armadas do período e garantiu a consolidação do novo regime (marechal de ferro). Nas eleições de 1894, Floriano apoia a oligarquia cafeeira que o sustentou nos momentos decisivos. Revoltas do período Floriano Peixoto (1893):
Revolta da armada: movimento monarquista liderado por Custódio de Melo e Saldanha da Gama duramente reprimido pelo presidente com apoio dos cafeicultores paulistas
Revolução federalista: luta política entre as elites locais do RS. Júlio Castilhos defendia o governo central e liderava o grupo republicano (chimangos). Gaspar Martins defendia a descentralização do poder e liderava o grupo federalista (maragato). A vitória final coube aos castilhistas com apoio de Floriano.
República Oligárquica (1894-1930) 1) Quadro político:
Coronelismo - mandonismo local das elites agrárias garantido pela inexistência de justiça eleitoral e pelo voto aberto. A manipulação do voto e a fraude eram a norma (voto de cabresto)
Política dos governadores” - Durante o governo de Campos Sales (1898-1902) estabeleceram-se acordos com os governos estaduais a fim de garantir congressos dóceis às diretrizes presidenciais. Os acordos foram firmados a partir da necessidade de negociar a dívida externa (funding loan), herança recebida do encilhamento. Em troca o presidente não interviria em assuntos locais. Esta política beneficiava, principalmente, os estados mais ricos.
Política do café com leite” - Acordo das duas oligarquias mais poderosas do país (SP e MG) para escolher o presidente
A política na república velha nunca levou o povo em conta. Ele era instrumento de um jogo que não participava.

o exército e para os cafeicultores.

liberal (o estado de sítio era um instrumento repressivo para ser usado em casos de emergência)
manutenção do sistema de propriedade vigente
ausência de legislação social (a constituição se atém aos aspectos políticos da organização do país)
voto “universal” masculino e aberto (instrumento fundamental para as elites agrárias assegurarem a sua dominação)
secular (separação igreja e estado)
federalista (o que assegurava às oligarquias o controle da política regional já que os estados eram autônomos)

Encilhamento (ministro Ruy Barbosa): tentativa de estimular a criação de empresas industriais e comerciais através de uma política emissionista e de empréstimos externos. Acabou gerando um movimento especulativo e a criação de diversas “indústrias fantasmas” devido a ausência de mecanismos de controle.



República Oligárquica (1894-1930) 1) Quadro político:



A política na república velha nunca levou o povo em conta. Ele era instrumento de um jogo que não participava.



Crises na República dos Coronéis


A Guerra dos Canudos: O episódio dos Canudos foi um dos movimentos de cunho religioso que surgiram em áreas socialmente carentes e miseráveis, no final do século XIX e início do XX. O arraial se situava no interior da Bahia, em uma região isolada e de difícil acesso. Ali se estabeleceu, em 1893, o pedreiro cearense Antônio Vicente Mendes Maciel, apelidado de Antônio Conselheiro. Antes de se instalar na Bahia, o beato percorreu o sertão pregando, profetizando transformações e despertando a desconfiança das autoridades e do clero católico, que o acusavam de propagar doutrinas subversivas. Perseguido após a queima dos editais de cobranças de impostos em Bom Conselho, refugiou-se com seus fiéis em Canudos e reuniu uma grande massa de pobres ao seu redor, cerca de 30.000 pessoas. Na aldeia, levava-se uma vida comunal: cada família entregava metade de suas posses e mantinha roça e criação familiares, vivendo do seu trabalho e sustentando os desvalidos.
A comunidade seguia as orientações da Igreja e era regida por regras religiosas estritas; prostitutas eram expulsas; não se permitia o uso de bebidas alcoólicas nem o concubinato; rezava-se o "terço" todas as noites. Acreditavam-se na terra da promissão. As pressões contra a comunidade aumentaram após o relatório dos frades capuchinhos italianos caracterizá-la como uma seita político - religiosa, foco de superstição e fanatismo que dividia a Igreja baiana, núcleo perigoso de resistência e hostilidade à República. O governador Luís Vianna despachou uma tropa de 100 homens para dispersar o arraial, que foi derrotada.
A oposição pressionou e várias expedições punitivas foram derrotadas por aquele bando de sertanejos subnutridos e maltrapilhos. Depois da derrota e morte do Coronel Moreira César, o Exército tomou como ponto de honra submeter Canudos. Em 1897, a quarta expedição arrasou Canudos, dizimou sua população e degolou os prisioneiros. A civilização vencera a barbárie.
1.2-Zona urbana: O início da industrialização, especialmente durante a 1ªGM, provocou o surgimento do movimento operário. Inicialmente de tendência anarco-sindicalista (espontaneístas), o movimento acabou caminhando para o marxismo após a revolução de 1917 na Rússia e da fundação do PCB em 1922.



Considerando-se parte da única instituição nacional e síntese do povo, defendiam a centralização política e se concebiam como defensores da nacionalidade e salvadores da pátria. Desconfiavam dos políticos e não acreditavam que o povo tivesse capacidade de lutar por seus próprios interesses. Pregavam reformas liberais para a plena realização da democracia, como o voto secreto e representação das minorias, que somente poderiam ser atingidas com a derrubada da oligarquia. Embora não tivessem uma plataforma definida e tampouco uma unidade de pensamento, defendiam o ensino primário e profissional gratuitos; reforma da Justiça; liberdade municipal; punição para os corruptos; economia do dinheiro público para ajudar as forças econômicas do país; proteção das riquezas nacionais contra o capital estrangeiro; estímulo ao desenvolvimento industrial. Depois da revolta de 1924, um setor do tenentismo radicalizou as suas posições quanto às reformas estruturais, como os rebeldes do Amazonas e, mais tarde, Luiz Carlos Prestes. Outros mantiveram a postura liberal e se aproximaram das oligarquias dissidentes.




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